Os jogos eletrônicos não são apenas diversão; eles são um portal para universos imaginários, uma fonte de nostalgia e uma plataforma para conexões sociais. No Brasil e no mundo, duas gerações se destacam nessa jornada: os millennials e a geração Z. De um lado, estão os que testemunharam a transição do analógico para o digital. Do outro, os que cresceram em um cenário onde a internet já era um elemento do cotidiano. Mas, afinal, como esses grupos se relacionam com os jogos e o que difere em seus comportamentos?
Os millennials e a era de ouro dos videogames
Os millennials, nascidos entre o início da década de 1980 e meados dos anos 90, cresceram na época de ouro dos games. Para eles, títulos como Ragnarök Online e Perfect World, lançados pela Level Up no início dos anos 2000, não são apenas jogos, mas sim um marco da infância e adolescência. Evocar as memórias de horas passadas na frente da tela em mundos de fantasia faz com que essa geração permaneça com uma comunidade ativa, acompanhando as novidades e atualizações desses games até os dias atuais.
Uma pesquisa da Global Web Index revelou que os millennials são a geração mais propensa a identificar-se como “gamers”, com 87% deles jogando regularmente. Além disso, 64% dos millennials veem os games como uma forma de arte e reconhecem seu impacto cultural e sua importância como uma forma de expressão criativa.
Em um mundo em constante mudança, onde novas tecnologias e tendências surgem a cada dia, esse grupo encontra consolo na nostalgia de suas experiências passadas, como aponta um estudo da SuperData, relatando que os millennials são mais propensos do que outras gerações a gastar dinheiro em remakes e remasterizações de jogos clássicos. Em contrapartida, os gen z se mostram mais atraídos por jogos com gráficos impressionantes, mecânicas de jogo inovadoras e narrativas envolventes que os mantenham entretidos, estimulados e desafiados.
A Geração Z: uma abordagem distinta
Por outro lado, a geração Z, nascida no final dos anos 1990 até o início dos anos 2010, traz uma perspectiva distinta para o mundo dos jogos eletrônicos. Embora compartilhem o amor pelos games, eles têm uma preferência marcante por plataformas móveis. Para 70% dos jovens entre 13 e 17 anos, os dispositivos móveis são o principal meio de jogar, revelando uma mudança no paradigma do entretenimento digital, de acordo com a Newzoo.
Uma descoberta interessante sobre as duas gerações em um estudo recente da Fandom, é que os jogadores mais jovens tendem a valorizar mais a competitividade dos jogos, que a experiência social, buscando medir seu sucesso em termos de conquistas e classificações. Já os jogadores mais velhos apreciam mais a narrativa e a imersão nos mundos virtuais, muitas vezes buscando experiências de jogo mais contemplativas, e se envolvendo em comunidades online consolidadas para compartilhar e interagir sobre games.
A geração Z, por sua vez, exibe uma grande familiaridade e é mais propensa a utilizar as mídias sociais, como Instagram e TikTok, especialmente quando se dedica a explorar, conhecer, compartilhar e interagir com outros jogadores. Com uma habilidade inata para navegar por essas plataformas, eles encontram não apenas entretenimento, mas também uma forma de descobrir novidades emergentes do mundo dos jogos.
Outra tendência dos gamers mais jovens são os populares streamings ao vivo, como na Twitch, onde acompanham seus criadores de conteúdo durante lives ou assistindo transmissões de partidas de seus jogos favoritos, o que mostra como a gen z está constantemente imersa em ambientes online que oferecem uma variedade de conteúdos, em sua maioria, simultaneamente.
Mas, uma coisa é certa: os millennials e os gen z são as principais gerações que continuam a moldar e influenciar a indústria dos jogos eletrônicos no Brasil e no mundo, criando novas memórias e aventuras em conjunto, compartilhando um amor pelo entretenimento oferecido pelos jogos e encontrando valor em diferentes aspectos da experiência de ser um gamer em 2024.