Os grupos criminosos cibernéticos não têm limites em relação aos seus alvos. Não são apenas instituições financeiras, órgãos governamentais ou grandes corporações que sofrem com os agentes maliciosos. Um dos setores mais visados pelos cibercriminosos é o da Saúde, e isso causa seríssimos problemas que vão muito além de prejuízos financeiros.
Em seu mais recente relatório sobre o panorama de cibersegurança, a Apura Cyber Intelligence identificou, com base em dados coletados junto à sua plataforma, que o setor de Saúde foi o terceiro mais visado por grupos de ransomwares, que buscam invadir sistemas à procura de dados sigilosos e estratégicos e depois pedir resgate por eles. Atrás do setor de Engenharia/Arquitetura e Financeiro, o setor foi alvo de 7,9% dos ataques indexados pelo BTTng, sistema da empresa especializada em segurança cibernética e apuração em meios digitais.
“A saúde é um setor crítico, pois uma interrupção em sistemas de saúde pode ter consequências graves e afetar diretamente a vida das pessoas. Os dados confidenciais dos pacientes são altamente valiosos no mercado negro da dark web, o que torna o setor um alvo atrativo para cibercriminosos”, ressalta Sandro Süffert, CEO da Apura Cyber Intelligence.
Nem mesmo um aplicativo que tem o objetivo de ajudar as pessoas a controlar a diabetes escapou da mira dos cibercriminosos. O Glic, primeiro app para diabetes e controle de glicemia do Brasil, desenvolvido pela GlicOnline em parceria com o Hospital de Clínicas da USP e Fapesp, foi alvo do grupo cibercriminoso de ransomware chamado SiegedSec, que publicou arquivos confidenciais sobre pacientes roubados do serviço GlicOnline. Houve o vazamento de informações sigilosas de mais de 200 mil pacientes e um arquivo compactado com mais de 200Mb que foi publicado em um serviço de compartilhamento de arquivos e baixado centenas de vezes. O grupo ainda terminou a postagem afirmando que haveria novos vazamentos.
Esses ataques mostram como os cibercriminosos estão mais criativos e inusitados em suas investidas. Os ataques cibernéticos são cada vez mais frequentes e sofisticados e podem causar grandes prejuízos, tanto financeiros como para a saúde e segurança das pessoas.